Definição
A Semana Santa é um período religioso do
Cristianismo e do Judaísmo que celebra a subida de
Jesus Cristo ao Monte das Oliveiras, a sua crucificação e a sua
ressurreição.
No século IV, algumas comunidades cristãs passaram a vivenciar a
paixão, a morte e a ressurreição, o que exigia três dias de celebração, consagrados à lembrança dos últimos dias da vida terrena de
Cristo.
Jerusalém, por ter sido o local desses acontecimentos, é que deu início a essa tradição seguida pelas demais
igrejas.
Assim a sexta-feira comemora especialmente a morte de Jesus Cristo, o
sábado era o dia de luto e o domingo era a festa da ressurreição.
Origem da Semana Santa
A primeira celebração da Semana Santa foi em 1.682 pelos
cristãos. Ela é uma das conclusões do Concílio de Nicéia, regido pelo
Papa Silvestre I e patrocinado pelo imperador Constantino, em 325 d.C, que determinou a doutrina da
Igreja Católica, transformada em religião oficial do Império
Romano.
Desde então, festejam-se em oito dias a paixão, morte e ressurreição de
Cristo.
Um decreto papal estabeleceu o Domingo da Ressurreição como a data mais
importante do ano eclesiástico. Ele é celebrado sempre no domingo
seguinte à primeira lua cheia da primavera no Hemisfério Norte e do
outono no Hemisfério Sul.
A Semana Santa
Domingo de Ramos - Entrada de Jesus em Jerusalém
A comemoração da entrada do Senhor em
Jerusalém, com a bênção e a procissão dos ramos, supõe a proclamação do
Evangelho, que dá sentido ao ato
litúrgico
(Mt 21,1-11). O louvor público é o reconhecimento messiânico da pessoa
de Jesus , pela explicação bíblica, mais fácil, da relação do
Messias
com a dinastia davídica. De fato, a saudação messiânica Hosana ao Filho
de Davi, no ato de bendizer o que vem em nome do Senhor, é a
confirmação do oráculo de Natã, através do qual o povo espera e
reconhece a chegada daquele descendente privilegiado, cujo trono seria
estável ou permanente. Entretanto, Jesus parece preferir servir-se de
outros textos escriturísticos para se deixar reconhecer como Messias. Ao
querer montar no jumento para entrar na cidade , assume a missão
messiânica, descrita por
Zacarias: Dizei à Filha de Sião: eis que o teu rei vem a ti, manso e montado em um jumento, em um jumentinho, filho de uma jumenta.
Este ato contraditório se explica pelo messianismo anti-messiânico,
ligado à pregação e irrupção do Reino, que contraria os interesses dos
poderosos. Rejeitando-se o Messias, sua pessoa e sua mensagem,
rejeita-se também o Reino que veio instaurar através dos meios pobres,
mas eficazes, que escolhera. A
cruz e a morte se colocam, então, no horizonte desta recusa do projeto messiânico: o caminho do amor que se doa a
Deus e aos homens, em prol da justiça e da paz, através da mansidão e da humildade.
Quarta Feira Santa - Procissão do Encontro de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores
Dentro da Semana Santa, também chamada de “
A Grande Semana”, em muitas
paróquias, especialmente no interior, realiza-se a famosa “
Procissão do Encontro” entre: o Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores.
Os homens saem de uma
igreja
com a imagem de Nosso Senhor dos Passos e as mulheres saem de outra
igreja com Nossa Senhora das Dores. Acontece então o doloroso encontro
entre a Mãe e o Filho. O
padre, então, proclama o célebre Sermão das Sete Palavras, que na verdade são sete frases:
- 1. Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem. (Lc 23,34 a);
- 2. Hoje estarás comigo no paraíso. (Lc 23,43);
- 3. Mulher eis aí o teu filho, filho eis aí a tua mãe. (Jo 19,26-27);
- 4. Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonastes?! (Mc 15,34);
- 5. Tenho sede. (Jo 19,28 b);
- 6. Tudo está consumado. (Jo 19,30 a);
- 7. Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito. (Lc 23,46 b).
O
sacerdote, diante das imagens, faz uma reflexão com estas frases, chamando o povo à conversão e à
penitência. O silêncio é grande, já que a imagem de Nosso Senhor dos Passos mostra-o com a
cruz às costas. É tudo isso que vivemos neste tempo de profunda reflexão. Nossa fé é
pascal, passa pelo sofrimento, morte e ressurreição do Senhor.
Quinta Feira Santa
Na Quinta-feira Santa, óleo de oliva misturado com perfume (bálsamo) é consagrado pelo
Bispo para ser usado nas celebrações do
Batismo,
Crisma,
Unção dos Enfermos e
Ordenação.
- Óleo do Crisma - Uma mistura de óleo e bálsamo, significando plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar "o bom perfume de Cristo". É usado no sacramento da Confirmação (Crisma) quando o cristão é confirmado na graça e no dom do Espírito Santo, para viver como adulto na fé. Este óleo é usado também no sacramento do sacerdócio, para ungir os "escolhidos" que irão trabalhar no anúncio da Palavra de Deus, conduzindo o povo e santificando-o no ministério dos sacramentos. A cor que representa esse óleo é o branco ouro.
- Óleo dos Catecúmenos - Catecúmenos são os que se preparam para receber o Batismo,
sejam adultos ou crianças, antes do rito da água. Este óleo significa a
libertação do mal, a força de Deus que penetra no catecúmeno, o liberta
e prepara para o nascimento pela água e pelo Espírito. Sua cor é vermelha.
- Óleo dos Enfermos - É usado no sacramento dos enfermos, conhecido erroneamente como "extrema-unção". Este óleo significa a força do Espírito de Deus para a provação da doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor e, inclusive a morte, se for vontade de Deus. Sua cor é roxa.
Instituição da Eucaristia
Na véspera da festa da
Páscoa,
como Jesus sabia que havia chegado a sua hora de passar deste mundo
para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim
(Jo 12, 1).
Caía a noite sobre o mundo, porque os velhos ritos, os antigos sinais da
misericórdiainfinita de Deus para com a
humanidade iam realizar-se plenamente, abrindo caminho a um verdadeiro amanhecer: a nova
Páscoa. A
Eucaristia foi instituída durante a noite, preparando antecipadamente a manhã da
Ressurreição. Jesus ficou na
Eucaristia por amor..., por ti.
Um momento solene - No 13º capítulo do seu
Evangelho,
João fala sobre Jesus fraco, pequeno, que terminará sendo condenado e morto na
cruz como um
blasfemador,
um fora da lei ou um criminoso. Até então, Jesus parecia tão forte,
havia feito tantos milagres, curado doentes, ordenado que o mar e o
vento se acalmassem e falado com autoridade para os
escribas e os
fariseus. Nós estamos frente a um
Deus que se torna pequeno e pobre, que desce na escala da promoção humana, que escolhe o último, que assume o lugar de servo ou
escravo.
De acordo com a tradição judia, o escravo lavava os pés do senhor, e
algumas vezes as esposas lavavam os pés do marido ou os filhos lavavam
os do pai.
Desnudação do Altar
A desnudação do altar hoje, é um rito prático, com a finalidade de tirar da
igreja todas as manifestações de alegria e de festa, como manifestação de um grande e respeitoso silêncio pela
Paixão e Morte de Jesus. O rito atual é realizado de modo muito simples, após a missa. Feito em silêncio e sem a participação da
assembléia. As orientações do
Missal Romano pedem que sejam retiradas as toalhas do altar e, se possível, as
cruzes da
igreja. O significado é o silêncio respeitoso da Igreja que faz memória de Jesus que sofre a Paixão e sua
morte de Jesus, por isso, despoja-se de tudo o que possa manifestar festa.
"Chegado ao meio-dia, houve trevas por toda a terra, até às três da
tarde. Às três horas, Jesus exclamou em alta voz: "Eloì, Eloì, lema
sabactàni?" que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?
(...)Soltando um grande brado, Jesus expirou. (...)Ao vê-Lo expirar
daquela maneira,
o centurião, que se encontrava em frente d'Ele, exclamou:
"Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus". Jesus, pregado na
Cruz, imobilizado nesta terrível posição, invoca o Pai (cf. Mc 15, 34;
Mt 27, 46; Lc 23, 46). Todas as suas invocações testemunham que Ele está
unido com o Pai. "Eu e o Pai somos um" (Jo 10, 30); "Quem Me vê, vê o
Pai" (Jo 14, 9); "Meu Pai trabalha continuamente e Eu também trabalho"
(Jo 5, 17).
Que
está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um
grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei
está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque
Deus
feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu
na carne e despertou a mansão dos mortos. Ele vai antes de tudo à
procura de Adão, nosso primeiro pai, ovelha perdida. Faz questão de
visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e
seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, agora libertos dos
sofrimentos.
Está preparado o trono dos
querubins,
prontos e a postos os mensageiros, construído o leito nupcial,
preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados,
abertos os tesouros de todos os bens e o meio dos céus preparado para ti
desde toda a eternidade".